Como tudo começou...
Você conhece Chernobil? Caso não conheça, irei lhe contar um pouco sobre. Chernobil é uma cidade localizada no norte da Ucrânia. Nela foram construídas usinas nucleares, para a obtenção desta energia. Porém, no dia 26 de abril de 1986, algo de errado aconteceu. O reator 4 dessa usina explodiu, liberando uma nuvem radioativa, contaminando a todos os moradores da cidade. esta foi evacuada e se tornou uma cidade fantasma.
Mas por que diabos estou contando isso? porque o que aconteceu com o mundo não foi diferente, apenas em proporções gigantescamente maiores.
Era 11 de Janeiro de 2019. Pela primeira vez, o mundo estava em paz. Realmente, não haviam mais guerras em nenhum país do globo. Todos achavam que isso era impossível, mas sim, foi restaurada a paz mundial. Não mais que dois anos depois, em 25 de novembro de 2020, as nações mais poderosas se juntaram para realizar um projeto que vinha de 15 anos atrás. Este projeto, pertencente aos Estados Unidos da América, só não tinha sido posto em prática antes pois o país não tinha condições financeiras para desenvolvê-lo. Mas, com a ajuda da União Soviética, Os mais economicamente desenvolvidos países da Europa, e parte da América latina, O projeto ganhou vida.
Passaram-se 5 anos, 2 de março de 2025, e a mais poderosa nave espacial já feita pelo homem, denominada Nostromo, estava com seus 8 tripulantes psicologicamente e fisicamente prontos, com trajes espaciais ultra desenvolvidos. A nave estava pronta para ser lançada para um planeta denominado Gamma, e que era, teoricamente, um planeta com as condições de vida idênticas ao Planeta Terra, porém, com um tamanho 32 vezes maior. Para se ter ideia, ele ficava a 23 anos luz da terra. Foi calculado que a tal nave demoraria apenas dois anos para chegar lá! O mundo inteiro acompanhou a partida da Nostromo, que foi filmada ao vivo no deserto do Saara. Eu vi. Pude ver a nave partindo. Eu estava lá. O mundo parou para ver sua partida. A nave, aos olhos dos humanos, significava a esperança de prosperidade. Só não sabíamos que era aquela nave que traria a desgraça para a humanidade. Ou melhor, aquele planeta...
AS transmissões via satélite eram feitas uma vez por semana, e todas as terças-feiras à noite, durante dois anos, o mundo parava para ver os tripulantes ao vivo de dentro da nave. Praticamente virou rotina. A viagem era comentada como uma série de televisão entre as pessoas. "Ah, você viu que ontem aquele tripulante da nave estava meio mal", e "Eu acho que o tripulante loiro não aguenta até lá". Parecia até um tipo de Big Brother. Mas, com a aproximação do planeta, e o distanciamento da terra, as imagens ficavam piores a cada semana. Faltando cerca de 80 dias para a chegada da nave em Gamma, A NASA já não conseguia captar imagens, Apenas o áudio.
18 de Abril de 2027. A Nostromo pousa em Gamma. O tripulante Jorge Blackfield relatava o que via, uma vez que só tínhamos acesso ao áudio. Ele descrevia o planeta como um lugar maravilhoso, e o comparava à nova Zelândia, com muitas árvores, rios e cachoeiras. Nas suas vistas, nenhum animal. Eles se encontravam em um terreno bastante rochoso e bem aberto. "É incrível", falou ele, ofegante. "Vou tirar o traje". E apesar dos alertas da Nasa, ele tirou mesmo. "Consigo... respirar". Lembro dessa fala até hoje, pois pude sentir a emoção que o homem sentia apenas nas vibrações das suas palavras. Consideraram a missão como um sucesso. Os tripulantes ficaram lá por cerca de 3 meses, explorando e estudando o local. Pegaram amostras de plantas, rochas e da água. Sem sinal de animais. O máximo que encontraram foram alguns insetos, idênticos aos daqui, como moscas e mosquitos.
17 de Julho de 2027. Um dia antes do retorno à terra, o tripulante Willian Volts, biólogo, descreve ter encontrado, em uma caverna não muito longe da posição da nave, um elemento gelatinoso, que reluzia a cor azul. Ele diz que mal conseguia olhar para o objeto. A luz era extremamente forte. Teria o tamanho de uma bola de futebol. Chamou o resto da tripulação, e eles levaram aquilo para a nave. O guardaram em um cofre resistente, para que fosse analisado aqui na terra. A partir daí, metade da humanidade teria mais dois anos de vida.
Era 26 de Abril de 2029. O Ápice da tecnologia. O dia em que a Nostromo pousou no planeta terra. O dia em que o reator 4 da usina de chernobil explodiu, há cerca de 50 anos atrás. A chegada da nave, é claro, foi ao vivo, e todos, do mundo inteiro, assistiram.
Os materiais coletados em Gamma foram levados à bases de pesquisas avançadas. O tal objeto gelatinoso e azul foi o que mais chamou a atenção. Durante meses, cientistas anunciavam para a mídia que não sabiam o que era, nem qual eram os elementos que continham naquela coisa. Porém, após um ano de estudos, descobriram que aquela bola azul era uma fonte de energia inesgotável, que poderia dar energia para Nova York inteira durante incontáveis anos. Mas eles não a utilizaram para isso. Eu digo, afirmo e argumento, que o ser humano é um ser ambicioso. Poderiam ter simplesmente utilizado aquela energia para abastecer várias cidades, e pronto. Ou talvez até ver se servia de combustível para a nave Nostromo, e retornar ao planeta, em busca de mais desse recurso. Mas é claro que não fizeram nada disso. Tentaram clonar o objeto. "Nós somos uma raça inteligente. Já temos a capacidade de clonar órgãos, de clonar pessoas. Podemos reproduzir este objeto, ao qual demos o nome de Radiação Gamma. Imagine nunca mais precisar pagar a conta de luz, nunca mais usar combustíveis fósseis para nossos veículos, e sim, nunca mais poluir o meio ambiente!." Foi o que disse um dos cientistas da Universidade de Harvard em rede internacional.
A clonagem seria feita no dia 13 de novembro de 2031. O dia do juízo final. Por algum descuido, talvez uma ruptura na radiação Gamma, ou qualquer que tenha sido o motivo, A América do Norte foi pelos ares. Uma explosão classificada como desconhecida, tomou conta dos estados Unidos por mais de 30 minutos. Sim, a explosão durou 30 minutos. E depois da explosão, surgiram os destroços e o terrível vento que levou tudo ao seu redor num raio de 100 mil quilômetros quadrados. Levou tudo, literalmente. Navios de cargas foram arremessados como se fossem pedaços de papel ao vento, e pessoas eram simplesmente estraçalhadas ao serem levadas por essa tempestade. Até do ponto mais distante possível do início da explosão pode-se sentir a tremedeira. Nesse dia, 4 bilhões de pessoas morreram. No dia seguinte, mais meio bilhão. Os que sobreviveram foram aqueles que estavam por coincidência visitando abrigos nucleares da segunda guerra mundial, que estavam ali para o turismo, e os outros que sobreviveram foram porque estavam o mais distante possível da explosão, como eu. Aparelhos anti-radiação nuclear não eram funcionais. Não sabíamos se o lugar por onde estávamos passando continha radiação ou não, e nisso, com o tempo, mais quatro bilhões de pessoas morreram. A Radiação foi matando a população que restou, lentamente.
Se passaram 18 anos, eu acho, desde o primeiro sopro da explosão. Ainda vivo, mas apenas porque sou um homem solitário. o mundo jamais irá se restaurar novamente. A Radiação Gamma interfere em qualquer meio de comunicação. A Internet? Pra mim é só uma lenda. Sem falar que nada elétrico funciona mais. A Radiação está em todo lugar. Eu posso senti-la agora mesmo, queimando meus órgãos lentamente... Acho que se eu aguentar mais dez anos nesse planeta miserável, vai ser muito. Talvez eu até seja morto por outra pessoa. O mundo agora está no seu estado apocalíptico. É a humanidade nas margens da extinção.
Escrever é o que eu mais faço agora. Não falo com ninguém há uns... 3 anos, talvez? Algo assim. A última com quem falei era uma pessoa que eu amava muito... Mas ela estava louca, quase como eu. Tive de fazer aquilo... Eu não queria, mas tive... Vi ontem mesmo um grupo de sobreviventes. Eles não me viram, ainda bem. Onde há pessoas, há morte.
Deixo estas páginas como um pingo de esperança de que algum dia o mundo voltará a ser o que era, e saberão o que aconteceu através do que escrevi aqui. Meu nome é Jake Taylor e, seja quem você for, lhe desejo toda a força que puder exercer para suportar o inferno em que vivemos.
Mas por que diabos estou contando isso? porque o que aconteceu com o mundo não foi diferente, apenas em proporções gigantescamente maiores.
Era 11 de Janeiro de 2019. Pela primeira vez, o mundo estava em paz. Realmente, não haviam mais guerras em nenhum país do globo. Todos achavam que isso era impossível, mas sim, foi restaurada a paz mundial. Não mais que dois anos depois, em 25 de novembro de 2020, as nações mais poderosas se juntaram para realizar um projeto que vinha de 15 anos atrás. Este projeto, pertencente aos Estados Unidos da América, só não tinha sido posto em prática antes pois o país não tinha condições financeiras para desenvolvê-lo. Mas, com a ajuda da União Soviética, Os mais economicamente desenvolvidos países da Europa, e parte da América latina, O projeto ganhou vida.
Passaram-se 5 anos, 2 de março de 2025, e a mais poderosa nave espacial já feita pelo homem, denominada Nostromo, estava com seus 8 tripulantes psicologicamente e fisicamente prontos, com trajes espaciais ultra desenvolvidos. A nave estava pronta para ser lançada para um planeta denominado Gamma, e que era, teoricamente, um planeta com as condições de vida idênticas ao Planeta Terra, porém, com um tamanho 32 vezes maior. Para se ter ideia, ele ficava a 23 anos luz da terra. Foi calculado que a tal nave demoraria apenas dois anos para chegar lá! O mundo inteiro acompanhou a partida da Nostromo, que foi filmada ao vivo no deserto do Saara. Eu vi. Pude ver a nave partindo. Eu estava lá. O mundo parou para ver sua partida. A nave, aos olhos dos humanos, significava a esperança de prosperidade. Só não sabíamos que era aquela nave que traria a desgraça para a humanidade. Ou melhor, aquele planeta...
AS transmissões via satélite eram feitas uma vez por semana, e todas as terças-feiras à noite, durante dois anos, o mundo parava para ver os tripulantes ao vivo de dentro da nave. Praticamente virou rotina. A viagem era comentada como uma série de televisão entre as pessoas. "Ah, você viu que ontem aquele tripulante da nave estava meio mal", e "Eu acho que o tripulante loiro não aguenta até lá". Parecia até um tipo de Big Brother. Mas, com a aproximação do planeta, e o distanciamento da terra, as imagens ficavam piores a cada semana. Faltando cerca de 80 dias para a chegada da nave em Gamma, A NASA já não conseguia captar imagens, Apenas o áudio.
18 de Abril de 2027. A Nostromo pousa em Gamma. O tripulante Jorge Blackfield relatava o que via, uma vez que só tínhamos acesso ao áudio. Ele descrevia o planeta como um lugar maravilhoso, e o comparava à nova Zelândia, com muitas árvores, rios e cachoeiras. Nas suas vistas, nenhum animal. Eles se encontravam em um terreno bastante rochoso e bem aberto. "É incrível", falou ele, ofegante. "Vou tirar o traje". E apesar dos alertas da Nasa, ele tirou mesmo. "Consigo... respirar". Lembro dessa fala até hoje, pois pude sentir a emoção que o homem sentia apenas nas vibrações das suas palavras. Consideraram a missão como um sucesso. Os tripulantes ficaram lá por cerca de 3 meses, explorando e estudando o local. Pegaram amostras de plantas, rochas e da água. Sem sinal de animais. O máximo que encontraram foram alguns insetos, idênticos aos daqui, como moscas e mosquitos.
17 de Julho de 2027. Um dia antes do retorno à terra, o tripulante Willian Volts, biólogo, descreve ter encontrado, em uma caverna não muito longe da posição da nave, um elemento gelatinoso, que reluzia a cor azul. Ele diz que mal conseguia olhar para o objeto. A luz era extremamente forte. Teria o tamanho de uma bola de futebol. Chamou o resto da tripulação, e eles levaram aquilo para a nave. O guardaram em um cofre resistente, para que fosse analisado aqui na terra. A partir daí, metade da humanidade teria mais dois anos de vida.
Era 26 de Abril de 2029. O Ápice da tecnologia. O dia em que a Nostromo pousou no planeta terra. O dia em que o reator 4 da usina de chernobil explodiu, há cerca de 50 anos atrás. A chegada da nave, é claro, foi ao vivo, e todos, do mundo inteiro, assistiram.
Os materiais coletados em Gamma foram levados à bases de pesquisas avançadas. O tal objeto gelatinoso e azul foi o que mais chamou a atenção. Durante meses, cientistas anunciavam para a mídia que não sabiam o que era, nem qual eram os elementos que continham naquela coisa. Porém, após um ano de estudos, descobriram que aquela bola azul era uma fonte de energia inesgotável, que poderia dar energia para Nova York inteira durante incontáveis anos. Mas eles não a utilizaram para isso. Eu digo, afirmo e argumento, que o ser humano é um ser ambicioso. Poderiam ter simplesmente utilizado aquela energia para abastecer várias cidades, e pronto. Ou talvez até ver se servia de combustível para a nave Nostromo, e retornar ao planeta, em busca de mais desse recurso. Mas é claro que não fizeram nada disso. Tentaram clonar o objeto. "Nós somos uma raça inteligente. Já temos a capacidade de clonar órgãos, de clonar pessoas. Podemos reproduzir este objeto, ao qual demos o nome de Radiação Gamma. Imagine nunca mais precisar pagar a conta de luz, nunca mais usar combustíveis fósseis para nossos veículos, e sim, nunca mais poluir o meio ambiente!." Foi o que disse um dos cientistas da Universidade de Harvard em rede internacional.
A clonagem seria feita no dia 13 de novembro de 2031. O dia do juízo final. Por algum descuido, talvez uma ruptura na radiação Gamma, ou qualquer que tenha sido o motivo, A América do Norte foi pelos ares. Uma explosão classificada como desconhecida, tomou conta dos estados Unidos por mais de 30 minutos. Sim, a explosão durou 30 minutos. E depois da explosão, surgiram os destroços e o terrível vento que levou tudo ao seu redor num raio de 100 mil quilômetros quadrados. Levou tudo, literalmente. Navios de cargas foram arremessados como se fossem pedaços de papel ao vento, e pessoas eram simplesmente estraçalhadas ao serem levadas por essa tempestade. Até do ponto mais distante possível do início da explosão pode-se sentir a tremedeira. Nesse dia, 4 bilhões de pessoas morreram. No dia seguinte, mais meio bilhão. Os que sobreviveram foram aqueles que estavam por coincidência visitando abrigos nucleares da segunda guerra mundial, que estavam ali para o turismo, e os outros que sobreviveram foram porque estavam o mais distante possível da explosão, como eu. Aparelhos anti-radiação nuclear não eram funcionais. Não sabíamos se o lugar por onde estávamos passando continha radiação ou não, e nisso, com o tempo, mais quatro bilhões de pessoas morreram. A Radiação foi matando a população que restou, lentamente.
Se passaram 18 anos, eu acho, desde o primeiro sopro da explosão. Ainda vivo, mas apenas porque sou um homem solitário. o mundo jamais irá se restaurar novamente. A Radiação Gamma interfere em qualquer meio de comunicação. A Internet? Pra mim é só uma lenda. Sem falar que nada elétrico funciona mais. A Radiação está em todo lugar. Eu posso senti-la agora mesmo, queimando meus órgãos lentamente... Acho que se eu aguentar mais dez anos nesse planeta miserável, vai ser muito. Talvez eu até seja morto por outra pessoa. O mundo agora está no seu estado apocalíptico. É a humanidade nas margens da extinção.
Escrever é o que eu mais faço agora. Não falo com ninguém há uns... 3 anos, talvez? Algo assim. A última com quem falei era uma pessoa que eu amava muito... Mas ela estava louca, quase como eu. Tive de fazer aquilo... Eu não queria, mas tive... Vi ontem mesmo um grupo de sobreviventes. Eles não me viram, ainda bem. Onde há pessoas, há morte.
Deixo estas páginas como um pingo de esperança de que algum dia o mundo voltará a ser o que era, e saberão o que aconteceu através do que escrevi aqui. Meu nome é Jake Taylor e, seja quem você for, lhe desejo toda a força que puder exercer para suportar o inferno em que vivemos.